Esse assunto é um assunto bem complicado de se falar e eu sou um simples blogueiro, não um analista PhD em economia. Então tudo o que for falado aqui expressa a minha simples opinião sobre o assunto.
Estamos vivendo um ótimo momento na tecnologia. Nos últimos 20 anos, a tecnologia pessoal, que representa as facilidades na vida de um cidadão comum, evoluiu mais do que nos 200 anos anteriores.
O que quero dizer com essa frase? A vida das pessoas foi extremamente facilitada e novas tecnologias de conexão entre as pessoas do mundo surgiram e foram aprimoradas de uma forma muito rápida. E novas tecnologias para melhorar a vida das pessoas estão surgindo a todo momento.
Um exemplo é o celular. Ele surgiu na década de 90 e em 10 anos, ele foi muito aprimorado e chegou ao que conhecemos hoje.
O que acontece é que quanto maior é a ascensão, maior é a queda.
E essa "queda" na tecnologia ocorreu durante os anos de 2000 e 2001. Devido ao crescimento da internet, várias empresas surgiram, e os capitalistas de risco investiam em empresas startups, (que são empresas iniciantes em algum ramo) o que fazia com que elas passassem a valer muito.
Porém, essas empresas não chegaram a ter tanto lucro para "suportar" o valor que supostamente tinham. Ou seja, o capitalista de risco conseguia um prejuízo enorme.
Quanto eles perceberam isso, pararam de investir nas empresas e elas faliram. Muitas delas. A bolha estourou. Várias empresas faliram naquela época porque não valiam o valor que foi investido nelas. O ponto positivo é que novas empresas são criadas.
O Google, por exemplo, prosperou nesse contexto porque abriu seu capital, ganhou dinheiro com isso e começou a comprar startups quase falidas, para que ele as transformasse em um negócio lucrativo. Corria o risco de o projeto não dar certo, mas as mentes criativas do Google faziam com o que o projeto funcionasse. Com isso, o Google não perdeu muito dinheiro com o capital de risco. Aliás, uma boa parte dos serviços do Google existe por causa da compra de startups.
Isso é até inteligente, desde que haja lucro. Ao invés de investir em uma startup, ela é comprada. Porém, a coisa deve funcionar. Um caso que não funcionou e dá prejuízo para o Google até hoje é o YouTube. O Google ainda não conseguiu achar uma forma de fazer o YouTube proporcionar lucro.
Atualmente, a empresa com o maior valor de mercado do mundo é a Apple. No momento em que escrevo o post, ela fechou o dia valendo 374,8 bilhões de dólares americanos. A Exxon Mobil vale 337 bilhões de dólares.
A Apple atingiu a primeira posição após passar justamente Exxon Mobil, uma empresa de petróleo americana, e a maior empresa de petróleo do mundo.
Aí vem a pergunta: será que uma empresa de simples produtos retangulares que tocam música e possuem uma tela sensível ao toque deveria valer mais que uma empresa de petróleo?
Ainda tem o caso do Facebook. Estima-se que ele vale 50 bilhões de dólares e, ao abrir o capital, ele poderá valer 100 bilhões de dólares.
A Coca-Cola, apesar de vender refrigerantes, existe há muito tempo no mercado e o Google vale 15 bilhões de dólares a mais que a Coca-Cola. E o Google é, essencialmente, uma empresa de publicidade, que vende anúncios, e existe há muito menos tempo que a Coca-Cola.
A grande questão é: será que estamos entrando em uma nova bolha tecnológica? A minha resposta para essa pergunta é simples e direta: não.
Usemos o exemplo do petróleo. Em uma explicação bem simplista, é possível viver sem petróleo, pelo menos nos carros. Pode-se usar álcool ou outras fontes de energias renováveis. Se ficarmos um dia sem nossos smartphones, por exemplo, enlouquecemos, entramos em colapso mental e achamos que o mundo vai acabar.
A tecnologia pessoal está se tornando o centro da nossa vida. Eu diria que nossa vida é quase regulada totalmente por ela. Aliás, se não existissem computadores, essas plataformas de petróleo possivelmente entrariam em operação de uma forma bem precária.
Desde o ano 2000, a tecnologia evoluiu de uma forma assustadora. A internet não era rápida e em 2008 o 3G se popularizou a ponto de acharmos que ele é lerdo. Não havia celulares bons com boas telas sensíveis ao toque. Hoje é possível citar vários modelos.
Acho que atualmente as empresas não estão sendo avaliadas de acordo com o que elas valem. Elas são avaliadas de acordo com o potencial que elas podem ter, e não é baixo. O Facebook, por exemplo, pode conseguir lucros absurdos, que com certeza reforçariam o fato de que ele pode sim valer 100 bilhões de dólares.
Porém, isso tem um defeito. A tecnologia hoje é basicamente regulada pelo software. E softwares podem ser ultrapassados a qualquer momento. Tudo é muito substituível hoje em dia, seja algum objeto, seja algum software. Ou seja, se uma empresa acabar, não será por menos.
Se as pessoas passarem a adotar outra rede social, o Facebook não terá o potencial de conseguir lucros altos e poderá ir à falência, já que o investimento feito nele é muito maior que seu real valor de mercado.
É certo que é meio arriscado investir 500 milhões em uma startup. Ela não vale isso tudo quando alguém investe esse valor nela. Mas, se ela fizer sucesso, o lucro poderá ser muito maior. Se não for, deve-se abandonar a empresa. E assim o capitalismo gira.
O valor de mercado de uma empresa é extremamente volátil por si só. Eu diria que o valor de uma empresa de tecnologia é inestimável, mas o valor que ela possui na bolsa de valores ou até mesmo o valor dado pelos analistas é apenas um número que pode virar 1 trilhão ou 0 em um dia, dependendo do potencial lucrativo dessa empresa.
Então, creio que não estamos em uma bolha tecnológica, mas em um boom tecnológico. A tecnologia está apenas se desenvolvendo e mostrando para o mundo o potencial que ela tem, mostrando que ela realmente regula nossas vidas.
Eventualmente, algumas empresas vão falir porque eram startups e não conseguiram lucros para provar que os investimentos que receberam representaram o valor da empresa. E quando uma empresa grande entra em falência, geralmente é porque não consegue vender seus produtos e não lucra com nada.
Creio que se realmente ocorrer uma bolha, não será realmente uma bolha. Ocorrerá porque startups vão falir. Aliás, capital de risco tem esse nome porque é de risco. E empresas importantes, que já estão consolidadas, não vão entrar em falência caso ocorra essa bolha.
Ou seja, será apenas uma substituição normal. Empresas vão, empresas vem, softwares novos são criados, conceitos e ideias novos são criados e assim o mundo acontece.
Mesmo que uma bolha ocorra, não será tão grave e não causará prejuízos tão grandes assim. Acho que seria apenas o Google cancelando alguns de seus serviços e algumas redes sociais como o Twitter falindo, porque não conseguem tantos lucros.
Se ocorrer uma bolha e ela estourar, ocorrerá o que sempre ocorre em uma crise: algumas empresas vão falir e o preço das coisas dentro da bolha vão cair. Isso ocorreu recentemente, na crise de 2008.
Enfim, acho que subestimamos a tecnologia. Ela vale muito mais do que achamos que ela vale. E o reflexo disso está aí, com uma empresa que faz quadrados que tocam música valendo mais que uma empresa que extrai o petróleo utilizado nos carros da humanidade.
E, para fechar, um vídeo feito pela The Richter Scales parodiando toda essa situação da bolha. Está em inglês, mas possui legendas e é fácil de entender.
As imagens pertencem aos respectivos donos e foram usadas apenas para fins ilustrativos. O objetivo desse post não é promover nenhuma marca ou produto.
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